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Bento Rodrigues sob a lama de rejeitos, após tragédia. |
Em solidariedade aos nossos irmãos de Bento Rodrigues, Lígia Jacques gravou "Cadê Você?" uma composição de Jurani Garcia, com arranjos e violão de Rogério Leonel.
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O participantes do Seminário na IAB se emocionaram com a Canção "Cadê Você?", executada na abertura do evento. |
Trazendo uma belíssima expressão poética, que traduz nos versos o drama cotidiano vivido pela população estimada em 600 habitantes, que ocupavam cerca de 200 imóveis no vilarejo varrido pelo mar de lama, a canção ganhou profunda emoção na interpretação de Lígia Jacques.
E esta emoção foi compartilhada por várias pessoas, na data de ontem. O Seminário Athis realizado na sede da IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasil, em BH, executou a canção na abertura do evento, emocionando o público presente. A canção foi também a trilha do clipe de encerramento do telejornais Opinião Minas e JM1, da TV Minas.
Que esta homenagem, em forma de canção, possa trazer um pouco de alento ao coração de cada atingido.
Que esta homenagem, em forma de canção, possa trazer um pouco de alento ao coração de cada atingido.
"Cadê você" - Música e letra - Jurani Garcia / Intérprete - Lígia Jacques/ Violão e arranjo vocal - Rogério Leonel
CADÊ VOCÊ?
( Música e letra - Jurani Garcia)
Lá no fundo das montanhas das minas gerais
Uma aldeia, uma herança, laços ancestrais
Nas varandas, as memórias, flores nos quintais
Bento, cadê você?, Bento, cadê você?
Cadê a praça, cadê a ponte, cadê o rio?
Cadê a rua que tava aqui?
Veio a lama, veio a lama, ninguém avisou
Velho Bento, num instante, lama se tornou
Lama que virou rio, que era doce, que foi pro mar
Rio que virou lama, não dá mais peixe para pescar
Até o mar, até o mar
Nas entranhas dessas terras, quantos minerais
Onde brotam as riquezas, sempre desiguais
Onde a vida vale menos, ouro vale mais
Bento, cadê você?, Bento, cadê você?
Quantas histórias, remotas glórias, pioneiros
Nas trilhas da Estrada Real
Ouro brilha na bateia lá no ribeirão
Velho Bento, quantos sonhos vivem nesse chão
Era uma vez uma vila com suas lembranças coloniais
Era um país repetindo seus desatinos ambientais
E tantos mais, e tantos mais
Bento, cadê você?, Bento, cadê você?
Cadê o sino, cadê o padre e o sanfoneiro?
Cadê a moça que vai casar?
Não tem sino, não tem festa, não há mais lugar
Nem fogueira, nem seresta, Bento já não há
Bento, cadê você?, Bento, cadê você?
Cadê o sino e o sanfoneiro, cadê você?
Bento, cadê você?, Bento, cadê você?
Cadê o padre, cadê a moça, cadê você?
Cadê você? Cadê você?
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