6 de novembro de 2019

Lígia Jacques grava canção em solidariedade aos atingidos pela tragédia em Bento Rodrigues.

Bento Rodrigues sob a lama de rejeitos, após tragédia.
Ontem, 5 de novembro, completaram-se 4 anos da tragédia em Bento Rodrigues  (distrito de Mariana) ocasionada pelo rompimento da Barragem do Fundão. Um crime ambiental que deixou sequelas irreversíveis não só para a comunidade diretamente atingida, como para todo o País.

Em solidariedade aos nossos irmãos de Bento Rodrigues, Lígia Jacques gravou "Cadê Você?" uma composição de Jurani Garcia, com arranjos e violão de Rogério Leonel.  

O participantes do Seminário na IAB se emocionaram com
 a Canção "Cadê Você?", executada na abertura do evento.
Trazendo uma belíssima expressão poética, que traduz nos versos o drama cotidiano vivido pela população estimada em 600 habitantes, que ocupavam cerca de 200 imóveis no vilarejo varrido pelo mar de lama, a canção ganhou profunda emoção na interpretação de Lígia Jacques. 

E esta emoção foi compartilhada por várias pessoas, na data de ontem. O Seminário Athis realizado na sede da IAB - Instituto dos Arquitetos do Brasil, em BH, executou a canção na abertura do evento, emocionando o público presente. A canção foi também a trilha do clipe de encerramento do telejornais Opinião Minas e  JM1, da TV Minas.
Que esta homenagem, em forma de canção, possa trazer um pouco de alento ao coração de cada atingido.

"Cadê você" - Música e letra - Jurani Garcia / Intérprete - Lígia Jacques/ Violão e arranjo vocal - Rogério Leonel

CADÊ VOCÊ?
( Música e letra - Jurani Garcia) 

Lá no fundo das montanhas das minas gerais 
Uma aldeia, uma herança, laços ancestrais 
Nas varandas, as memórias, flores nos quintais 

Bento, cadê você?, Bento, cadê você? 
Cadê a praça, cadê a ponte, cadê o rio? 
Cadê a rua que tava aqui? 

Veio a lama, veio a lama, ninguém avisou 
Velho Bento, num instante, lama se tornou 

Lama que virou rio, que era doce, que foi pro mar 
Rio que virou lama, não dá mais peixe para pescar 
Até o mar, até o mar 

Nas entranhas dessas terras, quantos minerais 
Onde brotam as riquezas, sempre desiguais 
Onde a vida vale menos, ouro vale mais 

Bento, cadê você?, Bento, cadê você? 
Quantas histórias, remotas glórias, pioneiros 
Nas trilhas da Estrada Real 

Ouro brilha na bateia lá no ribeirão 
Velho Bento, quantos sonhos vivem nesse chão 

Era uma vez uma vila com suas lembranças coloniais 
Era um país repetindo seus desatinos ambientais 
E tantos mais, e tantos mais 

Bento, cadê você?, Bento, cadê você? 
Cadê o sino, cadê o padre e o sanfoneiro? 
Cadê a moça que vai casar? 

Não tem sino, não tem festa, não há mais lugar 
Nem fogueira, nem seresta, Bento já não há 

Bento, cadê você?, Bento, cadê você? 
Cadê o sino e o sanfoneiro, cadê você? 
Bento, cadê você?, Bento, cadê você? 
Cadê o padre, cadê a moça, cadê você? 
Cadê você? Cadê você?

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