Roniere Menezes, Rogério Leonel e Lígia Jacques |
Depois de um belíssimo trabalho sobre a vida e obra de Vinícius de Moares apresentado durante 2013, Lígia Jacques está de volta aos palcos ao lado de Rogério Leonel, Clóvis Aguiar e Roniere Menezes apresen- tando a aula-show “O menestrel e o general”, que destaca a vida e obra de Chico Buarque de Holanda.
A aula-show visa lembrar importantes composições de Chico feitas no período da ditadura militar no Brasil e que estabelecem – pelo viés artístico-cultural – argutas reflexões sobre esse difícil período da história sociopolítica brasileira. Cumpre ressaltar que, em 2014, estão sendo lembrados os 50 anos do golpe militar no Brasil. Em 2014, o compositor carioca completa 70 anos de vida. Portanto, a aula-show funciona também como uma homenagem ao artista. Na apresentação, estarão presentes questões ligadas à ditadura, à censura, à chamada linguagem da fresta (composições que visavam driblar os censores), à utopia de um novo país; aparecerão o discurso contundente e a linguagem poética - metafórica e alegórica. Serão tratados aspectos da biografia do autor, relacionados ao período da ditadura militar, como o autoexílio e os constantes depoimentos ao Dops, etc. A aula-show visa resgatar a memória de um tempo e a força das canções, oportunizando o contato mais detido com a obra do autor (pensando, inclusive, no público mais jovem). As músicas serão interpretadas de modo altamente profissional, com extrema qualidade técnica e domínio artístico. Os comentários e análises visam a clarear instigantes aspectos das letras, melodias e harmonias. Nesse sentido, as canções podem apresentar novas significações para o público presente.
No repertório, estarão presentes (de modo completo ou em citações de trechos), as seguintes composições:
Mambembe: Chico Buarque;
Samba de Orly :Vinicius, Toquinho e Chico;
Apesar de você: Chico Buarque;
Cálice: Chico Buarque e Gilberto Gil;
Cordão: Chico Buarque ;
Sinal Fechado: Paulinho da Viola – Gravação do Chico em 1974;
Jorge Maravilha: Julinho da Adelaide;
Acorda Amor: Leonel Paiva e Julinho da Adelaide;
O que será (À flor da terra): Chico Buarque;
Meu caro amigo: Francis Hime e Chico Buarque;
Angélica: Miltinho e Chico Buarque;
Pelas tabelas: Chico Buarque;
Vai Passar: Francis Hime e Chico Buarque;
*Algumas composições de Chico Buarque são em parceria e há composições como “Acorda Amor” e “Jorge Maravilha” em que o autor utilizou o pseudônimo de Julinho da Adelaide, tentando fugir da censura.
RONIERE MENEZES:
Doutor em Literatura Comparada pela Faculdade de Letras da UFMG (2008). Em 2011 lançou o livro O traço, a letra e a bossa: literatura e diplomacia em Cabral, Rosa e Vinicius, pela Ed. UFMG. É professor do mestrado em Estudos de Linguagens, da graduação em Letras e do ensino técnico do CEFET-MG. É pesquisador do Acervo de Escritores Mineiros da UFMG. Tem experiência na área de literatura, atuando, entre outros, com os seguintes temas: poéticas do espaço, literatura e diplomacia, memória cultural, música e saberes populares. Compõe, como revisor, a equipe que está trabalhando com o Livrão da Música Brasileira (organizado por Toninho Horta).
ROGÉRIO LEONEL:
Músico de formação autodidata e técnica esmerada, é profundo conhecedor de harmonia popular e exímio pesquisador do violão brasileiro. É compositor, violonista e arranjador.
Tem registrado seu trabalho ao lado de vários artistas e grupos, entre eles o quarteto vocal "Tom Sobre Tom", do qual foi também o principal fundador; o grupo vocal “Da Boca Pra Fora”, sob regência de Lígia Jacques e do qual é também diretor musical; e nos Álbuns: “Choro Barroco” e “Choro Cantado” de Lígia Jacques; “Titane” (1º disco da cantora); “Simbora, João!” de Ladston do Nascimento; “Subvoar” da cantora Loslena; “Irreverência Nordestina“ de Valdo Lima; “Minas São Várias” e “Bateia”, ambos coletâneas de compositores e intérpretes mineiros, entre outros.
“Choro Barroco”, de sua autoria, é também tema de abertura de Documentário sobre a grande atriz e cantora brasileira, Vanja Orico, realizado pelo cineasta Luiz Carlos Prestes Filho, exibido no “Canal Brasil”.
Lecionou na “Escola Livre Música de Minas” de Milton Nascimento e Wagner Tiso e na “Orquestra de Violões do Colégio Estadual Milton Campos”, um dos colégios mais tradicionais de Belo Horizonte.
É um dos integrantes da equipe técnica do projeto “Livrão da Música Brasileira” (em andamento), criado e coordenado por Toninho Horta.
Em 2008 realizou um concerto instrumental na Sala Sérgio Magnani, (Fundação de Educação Artística), com participação especialíssima do violonista e compositor carioca Guinga , que em entrevista para o Jornal O TEMPO (capa do caderno MAGAZINE, 22/05/2002) o definiu como "uma maravilha que o Brasil deveria conhecer" e como "o cara que faz os arpejos de violão mais bonitos que já vi".
CLÓVIS AGUIAR:
O pianista e compositor mineiro Clóvis Aguiar lançou seu mais recente CD, "Fio Condutor", no Teatro do SESIMINAS .
Nesse novo trabalho, gravado com recursos da Lei Rouanet, Clóvis homenageia grandes nomes da MPB: Tom Jobim, Astor Piazzola, Dori Caymmi, Ernesto Nazareth, Toninho Horta, Pat Metheny, César Camargo Mariano, Eliane Elias e João Bosco. Clóvis Aguiar estudou harmonia com Wilson Curia e harmonização com Ian Guest. Talentoso e dedicado, morou oito anos na França e, graças ao estilo suave e, ao mesmo tempo, de alta técnica, viajou pela Europa, Oriente Médio e África e tocou com nomes expressivos como Rosinha de Valença, Elza Soares, Maurício Tapajós e Kleiton Ramil.
Voltou ao Brasil em 1994 e, desde então, vem sendo requisitado por artistas do porte de Milton Nascimento, Nivaldo Ornelas, Juarez Moreira, Marku Ribas, Beto Guedes e Sérgio Santos, entre muitos outros. Fez direção musical do programa "Arrumação", de Saulo Laranjeira, e acompanhou de Paulinho da Viola a João Nogueira. Já lançou o disco-solo "Cumplicidade" e faz parte do Projeto Brasil, ao lado do também tecladista e acordeonista Célio Balona e do baixista Milton Ramos.
Ouvir e ver Clóvis Aguiar é ter certeza de presenciar uma música com alto grau de sofisticação, com construções sólidas e beleza capaz de seduzir do leigo ao especialista, sem risco de decepção.
SERVIÇO
Aula-show “O menestrel e o general” (o espetáculo faz parte da mostra “1964-1985 - A subversão do esquecimento”)
Com Roniere Menezes: falas e roteiro , Lígia Jacques: voz , Clóvis Aguiar: piano, Rogério Leonel: violão e direção Musical
Local: Teatro da Assembléia Legislativa de Minas Gerais,
Data: 01 de Abril,
Horário:13:00
Entada: franca
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